Desenhista, roteirista e arte-finalista. Trabalha com Hq desde 1999 e conhece cultura de massa numa época em que se é mais importante aparecer do que ter conteúdo. Suas opiniões refletem o espírito de uma geração que quer colocar suas opiniões sem ser arrogante e que tem experiência a passar.Quer fazer diferença e mostrar a que veio como autor que respeita seu público.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Minha liberdade
Sempre fui um ser humano curioso.
Comecei a andar na rua quando tinha meus doze anos de idade e não parei até hoje de ter esse hábito.Caminhando a gente conhece coisas novas e situações idem em nossas vidas e foi sendo esse ser curioso por natureza que conheci as artes e um bairro que me parecia peculiar por sua história, a Liberdade.
Bairro conhecido em São Paulo por abrigar a nata dos abolicionistas do séc. XIX hoje em dia é o reduto de cultura japonesa como não se vê há tempos. Anteriormente fechado em suas tradições há mais de vinte anos atrás começou a perceber o potencial dos visitantes que lá apareciam (lógico que me refiro ao período em que não havia nem metrô por ali) e aos poucos aqueles “japoneses” começaram a aceitar mais a entrada dos ditos “gaijins” em suas ruas. Ora, não somos uma Chinatown em que não-ocidentais não são aceitos nem por decreto, estamos em um país maravilhoso chamado Brasil que nos mostra que todos os povos podem conviver pacificamente e sem rixas.
Confesso que quando comecei a freqüentar mais assiduamente a Liberdade era visto mais como um invasor do que como um amigo, pois todo santo final de semana a minha turma ficava sentada nos entornos no metrô da Liberdade para apenas fazer algo trivial nesses tempos de orkut e MSN : conversar. Sim, conversar sobre vários assuntos relacionados á cultura pop e quadrinhos, quando não sobre alguma série que era fã, e eu empurrava Ranma ½ pra galera. E a cada ia crescendo nossa turma que atormentava os moradores locais com nosso recém adquirido point de encontro. Lógico que houve pessoas que queriam nos expulsar de lá, mas percebendo que não éramos invasores, mas um grupo de fãs que se reunia pra conversar, fomos deixados em paz.
E quem queria um mangá tinha que ser em japonês e através de nossa cara de pau e enchendo o saco de alguma editoras, conseguimos trazer títulos traduzidos com vários temas, muitos se firmaram como editores, desenhistas e até cosplayers. Ou seja, sem querer criamos uma tribo nova no Brasil, os otakus (não ego que faço parte disso) e rompemos a barreira dos que diziam que não conseguiríamos trazer nada de fora relacionado a mangá ou animê (tudo bem que esperei mais de doze anos pra ver o anime que gosto...).
E com isso tenho certeza que Liberdade pra mim é muito mais do que um bairro ou uma palavra, é a minha contribuição para uma arte que muitos achavam distante e provamos que é possível se libertar do convencional e ser algo que falta hoje em dia: nós mesmos.
domingo, novembro 11, 2007
Repensando conceitos
A cada dia que passa noto que a arte está cada vez mais voltada para consumo rápido do que uma apreciação mais duradoura.
Temos hoje Internet, jornais, revistas, compartilhamento de músicas via celular entre outras coisas. Não se dá um tempo para as pessoas se acostumarem com uma mídia quando já vem outra na esteira.
Esses dias tenho resgatado alguns velhos traços dos idos de 1996 (mais ou menos quando me iniciei nos mangás)e notei que tinha mais cuidado nas minhas criações. Não sei se isso é maluquice da minha cabeça, mas tenho a impressão que criava mais do que crio hoje.
Eram de três a quatro enredos por semana, quando agora não crio dois ou três por ANO.
não sei se é o stress da vida ou pelo fato de ficar mais velho que me fez repensar muitas das minhas criações e revê-las é mais um saudosismo de uma década que me dediquei a quadrinhos com mais afinco do que hoje. Quero retomar alguns projetos engavetados, pois com tanta falta de criatividade por que não mostrar algumas idéias antigas?
Confesso que me sinto triste por não ter desenvolvido muitos enredos que até que poderiam dar boas histórias e por falta de iniciativa e por achar “que não estava pronto” deixei de lado. Ora se há tantos desenhos malfeitos e histórias horríveis, por que me julgaria pior ou melhor do que alguém? Se eu for um bom ou mau autor quem julga não sou eu, mas meu público (que por uma estranha razão é predominantemente feminino apesar de fazer histórias de terror, tudo bem, temos muito mais mulheres leitoras...) e devo seguir em frente rumo ao trabalho que eu quero fazer.
E só lembremos á aqueles que seguem modas e tendências de época:
O seu passado reflete o seu futuro e o seu presente é o que você faz hoje.
domingo, agosto 12, 2007
Pilhas e pilhas de quadrinhos, mas...
Você leitor, deve ter percebido a quantidade de quadrinhos que circulam nas bancas hoje em dia com vários estilos, do cartoon ao mais recente mangá da moda.
Como leitor e quadrinista sempre me vem a pergunta: pra quem que eles vendem? Sei que a distribuição de revistas pelo Brasil sofre de um processo de setorização que por culpa de distribuidoras e até das bancas não faz o quadrinho favorito chegar a quem interessa: ao leitor. Esse sofrido que sempre quer algo novo, mas é tratado como mercadoria de troca em um mercado cada vez mais selvagem que é da distribuição de revistas.
Sabiam que há apenas dez mil pontos de distribuição pelo Brasil inteiro?
Acredite, são ínfimos para distribuir par o Brasil inteiro e por isso ocorrem disparates de atraso de até três meses em locais distantes do eixo Rio-São Paulo. Haja paciência para se ler uma revista que se gosta sem perder a paciência.
Por isso se reclamar que demoram pra lançar sua revista, pensem como o pessoal do Nordeste pensa por ter um número que saiu no começo do ano somente três meses depois?
Não vou fazer como muitos que criticam o sistema de distribuição e dizem que o mercado está ruim para quem quer fazer HQ. Sabem da verdade, são os que fazem quadrinhos que não se empenham em fazer algo decente para os leitores e quando fazem é apenas para massagear o ego e se sentirem importantes. Pelo que eu sei ego nunca pagou conta ou aluguel atrasado...
Escrevo e desenho há muito tempo e tenho me dedicado a aperfeiçoar minha arte para me tornar um bom profissional e quando vejo tamanho descaso até me desanimo, mas sei que todos que querem um objetivo lutam por ele sempre. Sei que há mitos problemas no ramo editorial,mas ficar encolhido no meu canto não vai ajudar em da meu material ser conhecido.
E você leitor não se contente com qualquer coisa, exija qualidade e seu gibi favorito atrase, reclame porque você não é mercadoria de troca, mas alguém que quer respeitado.
Inté mais!
domingo, agosto 05, 2007
O hábito da leitura hoje em dia.
Sou um devorador de livros e um leitor voraz de quadrinhos. Quando me perguntam do que eu gosto, sempre respondo: daquilo que me agrada.
Livros de terror, ficção científica, quadrinhos europeus, mangás, comics e cartoons leio sem distinção pois acredito que ficar rotulando um gosto ou outro deixa a pessoa alienada para outras coisas tão boas ou até mais importantes no que ela trabalha ou até pra própria vida.
Ler não só engrandece a alma mas também preserva seus preciosos neurônios. Acredite, lendo bastante você será ativo mesmo que tenha cem anos (e levando uma vida regrada, lógico).
Mas voltando ao tópico acima, sempre me pergunto, será que determinados tipos de livros não possuem respaldo duvidoso, sejam eles de ex garotas de programa que contam suas “aventuras” com seus clientes até a autoras jovens que contam peripécias de suas “performances” com seus amantes ou até livros escritos por presidários ensinando a enganar as pessoas. Sucessos editoriais sem dúvida, mas de gosto duvidoso idem e sem par.
Numa época em que precisamos de soluções e cabeças pensantes vejo esses exemplos de “sucesso editorial” e fico meio que p da vida por não tocar nenhum projeto meu com mais seriedade ao passo que histórias sem pé nem cabeça englobam a lista da semana “dos dez mais”. Acredito que isso está acontecendo porque não me mexi para mostrar meu trabalho antes (por isso que tenho esse blog) e por não acreditar em picaretas que me deixaram esperando sem dar resposta.
Não sou o melhor do mundo, mas também não sou o pior e estou eterno desenvolvimento.Quem não se recicla morre na praia como há muito aprendi em minha vida. Ora são escritores que escrevem como se escrevia no tempo de Machado de Assis (que eu abomino por razões pessoais) ora são escritores ruins que vendem. Será que eu estou parado no tempo ou a boçalidade tomou conta de tudo?
Bom, se eles podem por que eu não posso também? Basta mostrar e deixar a frescura de lado.
Logo, logo novidades...segunda-feira, julho 30, 2007
O quadrinista
Hoje em dia temos nomes consagrados nos quadrinhos como Álvaro de Moya, Sonia Bibe Luyten entre outros nesse misterioso mundo que denominamos quadrinhos.
Para você caro leitor, o que é quadrinho? Arte de desocupados, de pessoas com talento ou até mesmo algo tão fácil que até seu irmão de seis anos faria?
Acredite, escrever e estudar quadrinhos não é uma tarefa fácil (eu que o diga) pelo fato de ter fatores muito mais profundos que meramente fazer uma seqüência de quadros e esperar que as pessoas leiam. Ah se a vida fosse tão fácil assim.
Escrever quadrinhos requer uma paciência monástica, pois acredite vai ter um monte de gente apontando isso e aquilo do seu roteiro e se estudar sobre o assunto sempre vai ter aquele que acha que você é o sabichão que quer humilhar todos com seu conhecimento.
Não é esse o objetivo.
Estudar sobre quadrinhos é nada mais do que acompanhar a história da humanidade que sempre teve no desenho e nas seqüências a chave para desvendar vários mistérios.
Se não fosse assim como saberíamos dos incas, mais e astecas e das pirâmides e até de nós mesmos? Oras, daqui a mil anos as pessoas do futuro irão comentar sobre essa época e até nos achar primitivos por usar papel impresso(isso é um futuro possível com tanta queimada por aí..)e eles também vão querer saber que tipo de arte produzimos em nosso período.
Lembremos que tudo está interligado e não importa se você gosta de cartoon, comics, mangá ou quadrinho europeu, o que importa é que tudo leva á algo fascinante que a humanidade perpetuará da nossa história, os quadrinhos.
Por isso, quando for comprar seu gibi favorito lembre daquele que tornou seu gosto possível, os profissionais dos quadrinhos.
sexta-feira, julho 20, 2007
refletindo sobre nós mesmos.
Após uma semana turbulenta, estou dando graças as Deus que o mês de Julho está acabando.
Primeiro porque fiquei mais velho (digamos que sou de depois de 1974 e depois de 1976) e tenho por hábito de muitos anos nunca comemorar meu aniversário, pois foram os períodos que mais me senti sozinho e o que mais aconteceu coisas que me irritaram e até que me deixaram triste (não convém escrever aqui pois um post não seria suficiente pra preencher essa história que já deveras triste demais pra ficar colocando aqui)
Hoje em dia vejo que o mundo mudou e as pessoas em sua imensa maioria está mais interessada no que acontece na copa do que acontece á sua volta. Por isso que as coisas acontecem, pois não nos preocupamos em cuidar dos nossos e de nós mesmos. Se anular pra alguém ou alguma coisa só traz uma coisa, tragédias em grandes e pequenas proporções.
Veja o exemplo: você tem um desenho extremamente importante pra entregar que vai te ajudar a pagar as contas e você fica fazendo corpo mole dizendo que dá tempo e o cliente que espere pois você é o cara que faz uma grande arte e vai atrasando e atrasando, até perder o prazo, Sabe o que acontece, o cara que tem menos talento que você mais tem profissionalismo e garra acaba entregando uma semana antes do previsto e você grande artista fica com uma pecha de mau profissional. Assim é a vida, vai nos dando as lapadas e nós temos que aprender com as surras que tomamos diariamente. Hoje em dia observo mais as coisas á minha volta pra não cometer os mesmos erros que cometi quando era mais novo. Errar erro, mas não cometo o mesmo erro duas vezes, fazer isso é uma grande imbecilidade.
Muitos á minha volta me acusam de omisso, de calmo demais e até de vagabundo. Sabe o que acho disso, eles não me conhecem verdadeiramente. Acredito que brigar deve ser por objetivos em metas, não por ego ou porque não gostei de fulano ou sicrano. Acredito que o bom guerreiro é aquele que sabe a hora certa de lutar, não aquele que gosta de desafiar tudo e todos sem nenhum critério, esse por si só é um perdedor.
Lutar não é brigar, mas sim saber a hora certa de desambainhar a espada e mantê-la a maioria das vezes na bainha para não ter demonstrações desnecessárias de uma suposta macheza.
Gosto de acreditar que verdadeiros guerreiros usam as palavras não os punhos para serem respeitados. A cada dia que passa eu me convenço que estou nesse mundo mais para conciliar do que para separar e espero que essa missão não seja em vão.
Paz e até o próximo post
quarta-feira, julho 18, 2007
Descaso com a vida alheia.
Hoje vou abrir uma exceção nesse blog que há anos veicula notícias de cultura.
Estou completamente indignado e furioso com o que acontece á minha volta e com as pessoas de bem, principalmente no meu estimado Brasil.
Essa tragédia aérea (batemos o recorde em acidentes aéreos no mundo, pois foram dois em menos de um ano e mais de 300 mortos!!!) abateu sobre várias famílias e inocentes mais uma vez se deu devido á ganância e a arrogância de nossos “amados” governantes e seus asseclas, que se acham no direito de nos tripudiar cada vez mais. Até quando agüentaremos calados tanta demonstração de descaso com nossas vidas e com a vida alheia?
Até quando iremos agüentar “políticos celebridades” que aparecem em televisão como meros fantoches de partidos políticos atrasados e com uma esquerda que beira o comunismo da KGB e outros regimes totalitários que só se prestam a uma coisa: pão e circo para o povo, pois para eles não temos como cidadãos o direito nem de viver em paz e se reclamamos levamos borracha da polícia.
Reclamam dos americanos e seus métodos com relação ás coisas, mas eles e muitos países possuem algo que carecemos de imediato, patriotismo e senso de comunidade.
Não são os melhores exemplos, mas quando um americano sofre, eles se unem para ajudar.
O que fazemos? Choramos pelos mortos, fazemos uma passeata, vestimos uma camiseta branca e soltamos pombas brancas. Pro inferno com tanta idiotice!
Sejamos mais ativos, pois se percebe agora que eles só sabem tirar o deles da reta, estou com dor de barriga, estou doente e outras coisas mais... e quando vem eleição te prometem até te levar na lua.
Aviões caem, pessoas morrem, trens param, policiais entram em greve, apagões, enchentes e toda a sorte de tragédias caem em nossas cabeças e o que fazemos, soltamos pombas brancas.
Chega de sermos tão coniventes com tamanha baixeza com o que há de mais precioso no universo, a vida.
Não é errado ganhar seu dinheiro, mas ter descaso e ainda por cima ser movido pelo poder do papel só mostra que nossa espécie não evolui e está fadada a extinção.
Deixemos de lado as diferenças, sejam elas políticas, filosóficas ou até raciais e nos concentremos em algo, só seremos uma nação verdadeira quando coisas como essas nunca mais acontecerem. Não acredito em destino, pois isso é desculpa pra se omitir dos problemas, pois somos regidos pelo nosso livre arbítrio e temos sim poder em transformar esse mundo como nunca foi feito nos últimos dois mil anos. Acreditem apenas em uma coisa, coisas ruins só acontecem quando deixamos de acreditar em coisas boas e o Brasil não merece tamanha ineficiência, pois se aqui fosse uma nação séria, todos os culpados já estariam presos e o aeroporto seria interditado pra sempre. A vida é mais importante do que qualquer coisa e está acima de ganância ou poder ilusório.Nunca se esqueçam de hoje, pois se aviões param e caem, uma nação também cai, pois fica desacreditada perante o mundo.
O que precisamos é de verdadeiros líderes, não de bobos da corte, pois este país é um templo sagrado, não um circo.
terça-feira, julho 17, 2007
Porque superdotados tem problemas de se relacionar?
Um texto que recebi de um amigo meu por e-mail e achei interessante compartilhar com vocês, apesar de não ter o costume de colocar outros textos aqui, mas vale pela curiosidade.
Ps.: a imagem ao lado é só pra chamar sua atenção.
Por Ithamar Paraguassú Ramos (Rak Nai)
O grande problema dos superdotados é simplesmente porque "pensam demais"
Passei anos sofrendo e estudando sobre as pessoas e cheguei a solução que eu chamo de desligar o cérebro e "Ligar o f**a-se"
Pra isso precisamos saber algumas coisas sobre pessoas "Não-superdotadas"
1 - As pessoas seguem as regras sociais sem questionar.
Não importa que esteja se contradizendo com outra norma de conduta, as pessoas "racionais" tentam manter um comportamento coerente e as "Não-superdotadas" não estão nem ai pra isso. Só querem seguir as regras do que eu chamo de "manual da vida".
2 - As pessoas se guiam cegamente por figuras de autoridade.
Nós pensamos sobre as informações que nos são passadas e refletimos sobre o assunto desenvolvendo nossa própria opinião.
Os "Não-superdotados" escolhem alguma figura proeminente como um professor, artista de televisão ou parente e o seguem talibanescamente sem questionar a informação.
Por isso essas figuras quando atingem escala nacional é chamados de "formadores de opinião" porque os "Não-superdotados" não querem ter o trabalho de ter uma opinião própria.
Isso acarreta nas clássicas e improdutivas discussões de "mas o professor disse".
Por falta de informação e respeito à forma de vida a sua frente o superdotado não tem consciência de que esta argumentando com um papagaio-humanoide que só esta repetindo o que outra fonte disse. O único modo de mudar sua opinião é ir até a fonte que nesse caso é um professor e discutir com ele.
O problema é que o dito professor também pode fazer parte de uma reação em cadeia e não passa de outro papagaio-humanoide.
O pior é que essas pessoas "Não-superdotadas" não se importam se estão falando besteiras. Isso nos remete a primeira informação.
As pessoas seguem as regras sociais sem questionar.
3 - As pessoas vivem no mundo da fantasia.
Uma frase comum entre os "Não-superdotados" é "cada um vê a realidade de uma determinada maneira”.
Claro que uma pessoa racional acho isso uma tremenda besteira. Só existe uma realidade, palpável pelas leis da física e de deus. Acontece que essas pessoas não são racionais e o que elas querem dizer é: "Cada um vive na própria mentira que criou"
Então a maioria das pessoas está em um mundinho de fantasia particular e de certa forma possuem consciência disso.
4 - As pessoas felizes estão se lixando pros outro.
Vocês deveriam ter assistido a máxima do He-man "Se não gostam de você do jeito que você é então não são seus amigos"
Mas você não escuta isso porque estão preocupados demais com o que os outros pensam.
Lembre-se da regra três. As pessoas estão presas no seu próprio mundo. Se você não faz parte dele, não as afeta. Então não interessa o que você faz da sua vida.
Agora existem as pessoas sem vida e infelizes. Essas são as únicas que se importam com os outros e essas querem que você seja mais infeliz do que elas para se sentirem menos miseráveis. Nisso entra o "Ligar o Foda-se”.
As pessoas te acham estranho, passa a mão em você e vai embora. Acredite em algum lugar tem gente que gosta do seu "estranho”.
Um caso curioso era minha na minha deficiência de relacionamentos foi com a garota que eu me interessava e os sujeitos que saiam com todas as garotas.
Comecei a andar com eles e vi a atitude deles: Davam em cima de uma garota, se ela não estava interessava partiam pra outra até que uma os aceitasse. Eles estavam todo o mês com uma garota nova simplesmente porque não se importavam com elas.
Eu queria aprender a conquistar a pessoa que eu tinha afeto e eles tinham muitas garotas exatamente porque não tinham afeto por ninguém.
5 - As pessoas são macacos de imitação
Semelhante aos caras que tinham garotas sem nenhum laço emocional
Acontecia parecido com a garota que eu gostava, ela queria viver um romance novelesco de acordo com os padrões que ela tinha inventado.
Eu tinha a falsa ilusão de que ela entrava em relacionamentos com pessoas que não serviam para ela e terminava se machucando, mas na verdade ela procurava viver momentos da sua vida igual às novelas e idealizava em seus namorados pessoas que não existiam.
Seguindo a informação 3 e 4 ela vivia em um mundo de fantasia.
No fundo ela não só não se importava com eles de verdade só queria preencher sua fantasia e seu sofrimento exagerado fazia parte dela, pois no fundo descobri que ela não estava nem ai pra eles.
As pessoas gostam de imitar o que acham legal, seja o programa de tv, um cantor um amigo ou um familiar.
Toda estrutura social das pessoas em geral segue um padrão de programação gerado por uma sucessão de imitações.
6 - Eles vão na onda
Novamente voltamos ao "ligar o foda-se" e a regra 5.
Quando as pessoas acham uma coisa legal elas simplesmente vão e fazem. E quanto mais gente vai na onda menos ridículo é. Até que vire moda.
Não importa quanto você despreze "Festa no apê" todo mundo se diverte. Menos você e isso faz de você um infeliz.
O pior de tudo é que o problema desta informação esta exatamente em nós mesmos os superdotados.
Nos analisamos essa característica de "ir à onda" e não aceitamos argumentos como "é porque é" e acabamos procurando respostas de um ponto de vista racional e criamos teorias.
O problema é que algum de nós que somos figuras de autoridade usa essa "resposta" as pessoas "Não-superdotadas” passam a repeti-las no lugar de dizer "faço por que gosto" do mesmo jeito que aquelas crianças do jardim de infância adoram girar no mesmo lugar até ficarem tontas. Elas não ligam pro motivo. Simplesmente gostam.
quinta-feira, julho 12, 2007
O dom da paciência
Muitas pessoas me perguntam porque eu sou tão calmo e tão prestativo.
Bom, pra começar, eu sou é muito paciente, pois nesta vida de desenhista a vida é muito corrida e vários imprevistos acontecem conosco.
Prazos apertados, trabalhos que tem que ser refeitos e fora as dores de cabeça pelas quais passamos. Para quem almeja essa profissão aconselho algo: tenha muita paciência, pois vai precisar nas horas difíceis.
Acham estranho um desenhista dizer isso, certo? Explico, desenhar requer concentração extrema e muita dedicação, não é ficar numa prancheta de desenho numa praia paradisíaca e cercado de beldades que o desenhista trabalha. Às vezes é num cubículo bem apertado e com muita coisa espalhada que trabalhamos isso se não for num estúdio onde tem barulho por todo lado e você ali se concentrando em seu trabalho pra poder entregar no prazo.
Por outro lado é muito bom quando se trabalha sozinho e escutando uma música agradável, assim o tempo passa mais devagar e entregamos nosso trabalho no prazo sem nenhum estresse. Sem contar que nos lugares que freqüentamos como eventos, festas e vermissages (quando a comida é boa, lógico).
Por isso crianças, antes de se tornarem desenhistas, exercitem seu maior dom latente, a paciência.
quinta-feira, maio 17, 2007
Como eu nasci
Pode parecer engraçado, mas esse artista que adotou o pseudônimo de Kiraji começou a se interessar por esse negócio de mangá e anime depois que se tornou um fã ardoroso de Ranma ½ . O que é mais bizarro é que apesar de amar essa obra da grande Rumiko Takahashi detesto escrever histórias com cunho romântico preferindo coisas mais macabras para me inspirar como histórias de vampiros, lobisomens e afins.
Mas brincadeiras á parte quero apenas demonstrar nesse post o amor que tenho por essa obra em particular, pois pelo que sei é o único caso que eu conheço (me citando como exemplo) de alguém que se sentiu mais inspirado a fazer histórias diferentes das que gosta (se bem que adoro terror e romances deixo para escritores de Sabrina ou Bianca escreverem) como fã e que praticamente se curou de uma grave depressão que sofria.
Sou fã de Ranma ½ há mais de dez anos, antes mesmo de muita gente conhecer e quando comecei a acompanhar essa história estava passando por um período turbulento da minha vida, tinha perdido o emprego, meus familiares me azucrinavam dizendo que não queria nada da vida e para piorar a situação não tinha um vintém para o ônibus indo muitas vezes para uma Gibiteca no final de semana praticamente a pé, tanto na ida quanto na vinda. Estava interessado por quadrinhos e sempre lia de tudo para me aperfeiçoar e treinava bastante (meu traço na época não era lá essas coisas, reconheço) e sempre era desestimulado por muitas pessoas. Conhecia pessoas que tentavam me animar, mas sempre estava para baixo.Sempre escrevia várias histórias e tinha medo de mostrar elas por medo de rejeição,sem contar as paixonites que ocorrem com pessoas normais, após alguns meses freqüentando a Gibiteca notei alguns mangás que lá tinham e comecei a folhear, foi nesse momento que vi Ranma, mas não me interessei, pois não era uma história que algo acontecia e deixei de lado. Lendo uma revista chamada Japan Fury vi a figura de uma bela ruiva com rabo de cavalo e vestindo roupas chinesas com o título de Ranma ½. Comprei e comecei a ler, para meu espanto era falando sobre a história que nem tido dado bola (e da minha relação da história acho engraçado gostar mais do outro lado de um personagem transformado do que dele em si e no caso é a Ranma-chan, mesmo sabendo que ela o Ranma homem são a mesma pessoa, sendo que ele eu odeio com todas as minhas forças) e comecei a ler tudo relacionado a esses personagens. Passei pelo que sei respirando Rumiko Takahashi 24 horas por dia durante três anos (como eu era chato nessa época, pois enchia o saco de todo mundo com o meu recém adquirido fanatismo) e tinha um ânimo pra fazer as coisas como nunca tinha tido antes. Me interessei em mostrar as minhas histórias pra todo mundo e ao contrário de outros fãs, que fazem fanfics de personagens, nunca me atrevi a fazer nada parecido, pois o que eu escrevia não deveria e nem deve ser cópia do que eu gostava, antes de tudo eu era um quadrinista que estava buscando um estilo de história próprio, não mais um clone de um autor conhecido, fora que eu tinha e tenho um respeito religioso por essa obra.
Treinei meu traço com afinco e conheci o desenhista que me influenciou no traço que tenho hoje, o grande mestre Hikaru Yuzuke, pois ele tinha tudo que eu gostava, um traço com a dinâmica japonesa com estilo cartoon e bem a cara dele. Após isso nasceu Bruno Kiraji, o meu alter ego que tenho uma dívida de honra pois esse meu lado me mostrou que por mais estranho bizarro sejam suas histórias sempre vai ter alguém que vai lê-las e é pra esse publico que você deve escrever. Recebo críticas por gostar tanto de escrever histórias sangrentas, mas há pessoas que também gostam disso, fora que se não fosse meu atrevimento em me mostrar para o mundo como autor por causa de algo que gostava quem sabe não estaria louco ou internado? Sim, desenhar para mim é uma terapia que me livra do stress e me dá uma certa satisfação, não tenho vergonha de admitir.
Confesso que uma única coisa Ranma me influenciou em construção de personagens, tenho como muleta sempre ter dois protagonistas na história, sempre fazia heróis solitários que resolviam tudo na porrada.Pelo personagem que engloba dois lados de sua personalidade (ele é meio esquizofrênico, pois como mulher faz tudo que como homem nem pensaria em fazer como ser mais alegre e até mais ousado, se bem que na sociedade japonesa homens com atitudes mais expansivas como a da Ranma-chan não são bem-vindos, pois para eles devem ser sérios todo o tempo e ele quebra essa regra tendo essa contraparte feminina que o “liberta” provisoriamente de obrigações como homem) e me mirei nesse exemplo, bem e mal, vida e morte, homem e mulher, tudo tem uma contraparte e por que não aplicar em uma história elementos tão antagônicos? Ora todo mundo enxerga dualidade em tudo e colocar esse conflito é a minha chave para ter controle sobre minha obra.
Todo mundo precisa de alguém em que se apoiar moralmente e um casal protagonista sempre dão o tom dessa disputa.Quem leu os posts anteriores viu um enredo meu, Underdog, no qual Era é indestrutível e Smyrta é apenas a normal que está lá por forças do destino e a história gira em torno dessa relação, de um lado a toda poderosa acompanhada por alguém que não possui sequer força pra se defender.
Além do mais que graça teria a vida se a gente não falasse do que gostava? Para quem me lê não sou chato, só crítico. E sempre dou minha cara a tapa pra bater, pois quem cria também deve ser avaliado e esse sempre foi meu objetivo quando criei esse blog.
E lembre-se: se um autor de ficção e terror poder ser fã e Ranma por que não procuramos nosso caminho para melhorar, encontrei o meu, só basta chegar ao final.
quinta-feira, abril 26, 2007
O preço de todo esforço.
Vi como base o programa Idolos (que para mim não serve nem como parâmetro de qualidade musical, pois há uma clara discriminação para determinados ritmos, o que é errado pois são juízes, não críticos de música) que me mostrou que 100% dos candidatos não podem ser bons cantores (sim, cem por cento!) pois ora cantam de um jeito desafinado ou cantam em ingles embromation.
Mas vamos aos fatos, não me considero um Leonardo da Vinci ou qualquer mestre consagrado, mas tenho dentro de mim que me diz que posso melhorar e muitos ali nem sequer cogitam essa possibilidade se achando os reis de algo que sequer dominam.Isso é geral pelo fato da pose ser mais importante do que qualquer esforço ou talento.
Quem é péssimo não aceita críticas e quem quer melhorar sempre pede opinião, essa é a diferença.
Além do mais vejo em muitos programas velha fórmula de que o expectador não passa de um imbecil que se joga no sofá e se diverte com qualquer porcaria.
Isso não acontrece comigo pois me considero um chato á moda antiga, se algo não me agrada não há maneira de me convencer do contrário. Sei que isso é tacanha, mas pelo menos é uma opinião própria ou vocês acham que a maioria das pessoas gosta de ser tratada como mero mercado que empurram qualquer lixo e fica tudo bem?
Ora, parece que sofremos da síndrome de munchausen (mentirosos compulsivos) em larga escala pois ficamos mentindo pra nós e para os outros sem dizer o que realmente queremos com medo de desagradar o outro.
Isso só tem uma palavra, MEDO.
Não tenha medo de expressar uma opinião, seja autêntico, senão vai acabar como a maioria dos farsantes, um grande mentiroso.
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
Guerra de vaidades
Todo artista é um vaidoso por natureza e dizer o contrário é a mais deslavada mentira.
Notemos que hoje em dia temos celebridades a torto e a direito por aí se posando dos maiores formadores de opinião do mundo.
Mas desde quando ex-big brothers, cantores decadentes e ruins e artistas que fazem um borrão de tinta na parede são parâmetro de alguma coisa? Estamos com uma total inversão de valores onde o mau é bem e o mau é bem.
Oras, se ser medíocre é verdade então eu não sou humano!
Vejo gente decente vivendo suas vidas decentes e fazendo coisas decentes.
Arte não é lugar para posers ou fakers, é lugar para aqueles que querem mostrar ao mundo que há pessoas que não se importam em ser celebridades (se ficam famosas é mais por talento do que por indicação de fulano ou sicrano) e querem sim fazer o mundo um lugar melhor. Não sou alguém que lê “Admirável Mundo Novo” e fica pensando como o mundo seria se fosse um lugar onde não teríamos preocupações e viveríamos de forma alienante e promíscua. Isso não é pra mim. Notem que vivemos numa sociedade entre “1984” e “Revolução dos bichos” onde somos vigiados por “porcos” que se acham maiores que os outros “porcos” pelo simples fato de estarem acima. Engraçado tudo isso, pois somos apenas seres humanos que querem ser deuses, mas para o universo não passamos de poeira cósmica.
Não é errado ser vaidoso ou se valorizar, mas vi muitos exemplos de pessoas que depreciam o trabalho alheio e quando recebem uma resposta á altura ficam desnorteados, profissionais são assim simples e diretos.
Noto ainda que conflitos são inevitáveis e estou aprendendo que a melhor política é a de mediação por um simples fato: sua equipe não pode ter atritos entre si. Ou vocês acham que desenhistas fazem tudo sozinhos? Alguns tentam, mas sempre acabam pedindo ajuda aos universitários...
Lembremos, arte não é o que propaga por aí, é uma busca pelo nosso espírito e um alento quando estamos mal. Quem não se sentiu bem em ver um bom filme, uma boa HQ ou jogar um jogo que gosta? Vaidade por vaidade para profissionais de verdade não cabem, pois lidamos com pessoas e para as pessoas que trabalhamos deixemos isso bem claro.
Sim, sou um pouco vaidoso, mas sem você leitor, sou apenas mais um que aparece e desaparece como se nunca tivesse existido.
sábado, fevereiro 03, 2007
Você é feliz com o que faz?
Sempre escuto essa pergunta de todos que estão á minha volta e é difícil responder pois caras como eu trabalham feito um condenado e sempre estão com a corda no pescoço. Penso da seguinte maneira: se não lutarmos pelos nossos objetivos não vale a pena ser mais um na multidão e fazer o que todo mundo faz. Isso eu não quero pra mim de jeito nenhum. Lembro que dói pessoas chamarem de vagabundo ou desocupado, estou sempre em frente e sempre me recordo da máxima da ironia, prostitutas têm até carteirinha ao passo que desenhistas sempre são perguntados da seguinte maneira:
- Você trabalha com o que?
-Eu sou desenhista?
-Isso dá dinheiro? Você vive disso?
Além de nem serem reconhecidos como profissão, chega a ser engraçado.
Não me lamento, só lembro da ironia da vida em querer fazer arte de forma séria e honesta.
Para tanto sempre tenho uma oração que inventei:
ORAÇÃO DO DESENHISTA
Pena nossa que está no papel
Santificada seja a mão firme
Venha a nós o vosso treino
Assim na editora como no contracheque
Acabamos logo nossas contas
O nanquim e o grafite nosso não acabe hoje
E não nos deixei ficar sem inspiração
E livrai-nos do corretivo
Amém.
Para quem quiser pode espalhar onde quiser, o importante é ter bom humor.
Logo, logo novidades.