quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Observando nossa autoxenofobia

Esses dias tenho acompanhado o que acontece com nossos compatriotas brasileiros lá fora. Ora é sermos barrados nos aeroportos espanhóis e sermos sumariamente deportados sem direito a nenhuma defesa. Somos tratados como lixo pelo resto do mundo e agora uma inocente é agredida por neonazistas em um país dito civilizado como a Suíça. Grande civilização onde uma geração é ensinada a tratar o diferente com descaso e desdém e ainda se vê no direito de maltratar cidadãos de um país que sempre acolheu os seus irmãos de outros países que agem como família ingrata, depois que foram ajudados esquecem quem foi que os ajudou. Já não está na hora de pararmos de sermos passivos e reclamarmos o que nos é de direito, o direito de sermos tratados como gente? O que temos que fazer para nos levarem á sério, sermos belicosos como fanáticos islâmicos ou católicos? Sermos um país que viola os direitos humanos e executa sumariamente seus cidadãos ou até pertencer a governos que pregam a xenofobia de forma aberta e depois ficam como se nada tivesse acontecido?
Até quando iremos agüentar tais abusos?
Vivo conversando com amigos que sempre reclamam que o Brasil é isso, o Brasil é aquilo e que preferem viver nos Estados Unidos, Na Europa ou até no Japão. Nada contra, se há uma chance de crescimento pessoal tem mais é que correr atrás de um desenvolvimento é normal para qualquer pessoa querer melhorar de vida, o que me intriga é que uma brasileira, advogada formada e com situação estabelecida e trabalho bem remunerado e com uma vida relativamente feliz é achincalhada por um grupo de pessoas ignorantes que só entendem a violência como forma de expressão pois se sentem tão inferiores por não se esforçarem para ser alguém que sempre culpa o outro por ser incapaz de melhorar de vida, um completo imbecil diga-se de passagem.
É muito fácil culpar os negros, os latinos, os orientais ,os judeus ou qualquer um que fuja do “padrão de raça pura” por tudo que ruim que há no mundo sendo que essa “raça pura” e seu pensamento retrógrado que faz o mundo regredir cada vez mais. Quando digo “puro” me refiro aos que não gostam de se misturar, sejam eles indianos, italianos, americanos ou até brasileiros com ideais tão antigos que nunca enxergarão a verdade que o mundo só irá evoluir quando nos vermos como cães, diferentes na aparência, mas iguais na espécie.Nossa arrogância em nos achar superior que cria uma geração de pessoas desassistidas sem famílias estruturadas ou orientação adequada.
Lembro de termos aberto nossas portas para o mundo quando no começo do sec. XX e hoje vejo quanta dedicação deu, abrigamos uma família real que nos dilapidou quando saíram do país, saques e mais saques de nossas riquezas por praticamente o mundo inteiro e quando tentamos ter a mesma chance somos taxados de ladrões, oportunistas, pessoas negligentes que não ligam para o próximo, então é isso que nos reduziram? Nada? Se é para ser assim que fechemos nossas fronteiras para todos.
Somos o país que mais acolhe refugiados, ajudamos em muitas guerras para a melhoria das condições de outros países mas ainda assim nossa dedicação nunca é o bastante, o que o mundo quer? Que a gente abra as fronteiras e deixemos que viremos um país de quinto mundo, onde se morre até de gripe por falta de tratamento? Que nossas mulheres e jovens sejam todas prostitutas, que nossos homens sejam traficantes e assassinos? Sim, isso seria uma visão que quem trata os brasileiros como lixo querem e só digo uma única frase:
“VAO PRO INFERNO!”
Adoro meu país e reconheço a importância cultural que os estrangeiros nos deram, mas isso não significa que não vou dizer “-Bem feito, ta vendo, ela estava no lugar errado tem mais é se ferrar!”. Enquanto a gente se digladia feito besta fera eles gozam com nossa desgraça.
Se um estrangeiro sofre qualquer coisa aqui reclamam que aqui é um país violento e blábláblá.
Se o mesmo ocorre conosco, silencio e mais silencio.
Só agora o governo se preocupa com o que ocorre conosco porque isso lhe convém, mas na verdade estamos é sozinhos contra o mundo.
Enquanto em país como o nosso um cachorro de madame anda com coleira de R$ 1.500,00 um trabalhador tem que se virar com um salário mínimo, mas a culpa não é da madame, mas sim de quem fica acomodado em uma vida medíocre e não quer crescer na vida. E isso não se faz reclamando do próprio pais. O Brasil é maravilhoso, o que estraga é a mentalidade atrasada de um povo que gosta mais da foice e o martelo do que o estudo e a dedicação a melhorar o que está á sua volta.
Por isso quando estiver lá e alguém lhe cobrar porque você invadiu o país dele só diga: Se não fosse pelo meu país vocês estariam na idade da pedra dançando em volta de uma fogueira.
Tenha orgulho, pois ser brasileiro é a melhor dádiva que podemos ter. E tenha orgulho disso.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

PELADAMENTO DE VOLTA


Mais uma matéria de Ithamar Paraguassu acerca de suas observações sobre o mundo contemporaneo e o que ocorre no Brasil.
O Brasil sempre foi um país considerado avançado socialmente por causa de nossa tolerância, falta de segregação, multietnicidade e principalmente o que eu erroneamente chamo de "peladamento."

No ano passado foi proibido que mulheres nuas desfilassem no carnaval, um dos maiores símbolos do avanço social do nosso povo.

Recentemente um grupo de turistas européias foi repreendido por fazer topless, para surpresa da mais velha que declarou que já veio ao Brasil 5 vezes desde 1985 e sempre fez topless na boa.

Esta semana ( exatamente 3 de fevereiro de 2009 ) dois alemães, foram repreendidos por se trocarem no saguão do aeroporto de Salvador-BA na frente de todos. Eles se surpreenderam pois acreditavam que era uma pratica normal no Brasil pois assim o é em seu país de origem e que ja haviam feito isso antes.
Tem havido um belo estardalhaço sobre o assunto. O problema é que alguns anos atrás aconteceu a mesma coisa e passou batido como um simples mal-entendido engraçadinho.

Ultimamente existe uma mentalidade pró atraso social aonde as pessoas tem orgulho de involuírem socialmente.
Eu lembro quando era criança que tínhamos orgulho dessa imagem que os outros países tinham, nos vangloriávamos por sermos o país mais avançado do continente, mais avançado até que os estados unidos.
Me pergunto se é apenas o impulso de copiar a cultura americana, ou um reflexo de uma ignorância maior.
Será reflexo do crescimento do socialismo? Muitos jovens apóiam o comunismo coisa que em qualquer país civilizado é equivalente a apoiar o nazismo.
Vejo nas novas gerações uma vergonha disso e um assustador desejo por censura e repressão. Nunca imaginei que veria jovens que se declaram contra a liberdade.
Talvez tenha algo a ver com o fato dessa geração ter crescido com censura e menos acesso a cultura?
Quando criança eu via cenas de sexo velado e nudez na sessão da tarde, seios de foram em tudo quanto é lugar, todo tipo de obras de arte envolvendo nudez e crescemos relativamente saudáveis, já a nova geração é psicótica, valores distorcidos, confusos e contrastantes ( quando tem valores ) e um pensamento no mínimo um século atrasado.

Recentemente no programa Altas Horas, Maite Proença que posou para a edição que foi a maior vendas na historia da Playboy Brasileira, declarou seu choque ao ver as garotas de 18 e 20 poucos anos falando sobre posar nuas por dinheiro pra ela pareciam prostitutas falando.
Ela foi a primeira nudez na TV em 1986 na novela Dona Beija e todo mundo considerou isso um tremendo avanço social, principalmente porque não ouve polemicas ou escândalo, o país todo ficou orgulhoso disso. ( É verdade eu me lembro. )
Quando saiu na Playboy foi por motivos artísticos e até pela carreira dela, nunca pensou em dinheiro momentâneo, ela tinha toda uma visão de avanço social, arte e glamour que começou com Marilyn Monroe.
Ela voltou a posar nua em 1996 já com uma filha de seis anos e novamente não fez por dinheiro, era uma diversão, uma homenagem, principalmente para mostrar uma mulher bonita de meia idade.
Declarou que a conversa sobre as garotas esperando ofertas melhores e que só posariam por muito dinheiro ou que só posaram pelo dinheiro pareciam um bando de prostitutas falando. ( E pra mim pareceu também. )
Isso mesmo ela falou que as novas atrizes da emissora ( as estreantes de novelas adolescentes) que falavam sobre sai peladas por dinheiro pareciam prostitutas falando e disse na cara delas.

Em geral vejo muitos jovens reclamando em geral que estrangeiros tem uma imagem de mulata e bunda de fora. Como um slogan , pois usam exatamente a mesma frase

Mas o problema é que essa imagem de mulata e bunda de fora não é pejorativa como fazem parecer, muito pelo contrário.
Tenho muitos conhecidos estrangeiros e eles tem é admiração dessa imagem de mulata e bunda de fora.
Todos os americanos que conheço falam com admiração e esperança de que um dia os Estados Unidos sejam tão avançados para que relacionamentos interraciais e nudez sejam aceitos com tanta naturalidade quanto é no Brasil.
Eu só sei uma coisa, o fim da liberdade da nudez no Brasil não é um bom sinal.

Acrescimo de Kakashi Sensei: toda essa celeuma em torno de nudez a meu ver tem mais a ver com hipocrisia do que propriamente com a preocupação com o bem-estar do próximo. Agora digam, quem em sã consciencia vai achar pornográfico a simples nudez diária que ocorre no dia a dia, seja em praias, clubes ou até em casa. Sou contra a vulgaridade exagerada que muitos reality shows tem por aí, isso é uma opinião pessoal sobre o assunto. Eu mesmo não vejo nada de mais nesse aspecto, o que não se pode é proibir por proibir para se sentir importante. Recordo-me de ver nudez em vários horários na televisão e me acostumei com o fato. Devemos tomar cuidado com pequenas atitudes arbitrárias que autoridades tentam impor, devemos sim reprimir atos criminosos de tráfico humano e exploração, mas isso não deve ser desculpa para se implantar idéias retrógradas para como as pessoas devem agir. Para isso existe o livre-arbítrio e o bom senso de cada um. Nudez não é o problema, o problema é que há pessoas loucas para tomar o que é seu por direito, sua liberdade de agir e pensar, se não nos manifestarmos, logo logo teremos um regime pior do que a teocracia do Irã, onde mulher nem pode dirigir e andar sozinha, é isso que queremos?