sábado, maio 28, 2005

Profusão de personagens, o que é isso e por que é tão importante?

Hoje em dia, em pleno século XXI há uma tendência nova para haver uma gama bem diversificada de personagens, principalmente em animes de grande sucesso, como Naruto, One Piece entre outros.

Para quem não entendeu o que isso significa, pense na seguinte situação: como o leitor viveria se estivesse apenas ele no mundo? Não seria chato e desinteressante?

Então, pense a mesma coisa de historias sem personagens que nos cativem e que tenham apenas um pequeno núcleo que apenas se relaciona entre si.

Se ma vida real odiamos panelinhas, imagine histórias nas quais tenham poucos personagens para nos identificar...

Era uma tendência nos anos 80 a idéia dos personagens solitários e destemidos que não precisavam de ninguém era a tendência a se seguir, e nos dava a sensação de que eram forçosamente invencíveis e citamos como exemplo a história City Hunter que era protagonizada por apenas dois personagens, Kaoru e Ryu Saeba. Teve uma vida longa em série de mangá e anime e era recheado do que chamamos de “personagens da semana” que apareciam e sumiam tão rápido (isso quando não morriam) que não havia uma intimidade maior em conhecer as motivações do que porque ele tinha tal atitude.

Atualmente há a necessidade de nos relacionarmos com os personagens e nos identificarmos com a história

É ótimo que histórias tenham um personagem principal cativante e lugares maravilhosos. Mas em alguns momentos nos perguntamos, e os outros personagens?

Está armada a armadilha fatal. Sem personagens secundários a história começa a naufragar sem antes começar. Mas uma história pode se sustentar por si só com apenas um personagem? Pode, somente se você começar a escrever monólogos no deserto...

Agora falando francamente, os personagens secundários e sua teia de relacionamentos ( pessoas que são amigas e parentes ou até desconhecidos que aparecem de vez em quando) também são a “alma” de uma história, mesmo que o personagem principal apareça pouco na história. Há vários tipos descritos, entre os quais destacamos os coadjuvantes e de ligação.

Os personagens coadjuvantes atuam quase que na sombra do personagem principal, auxiliando-o ou atrapalhando a ação em que todos participam.

Complicado? Vejamos o exemplo:

O herói quer vencer o vilão em uma batalha, mas não sabe que um de seus aliados está infiltrado no meio deles para atrapalhar os planos de nossos destemidos guerreiros e toda vez que isso acontece nem faz idéia que seu ferrenho aliado não passa do mais vil inimigo.

Daí vai para o tipo de personagem secundário preferido por muitos autores de mangá ou até de quadrinhos europeus, que já começa a ter força em outros tipos de tramas se denomina personagem de ligação.

Lógico que já exceções com o personagem Naruto que apesar de ser o principal de sua história, acaba por se tornar um mero coadjuvante em alguns enredos, sendo que algumas vezes ele nem aparece e nesse caso ele se torna um excelente personagem de ligação.

Isso não tira a necessidade de haver mais personagens na história que enriqueçam a trama e possam dar mais movimentação á trama. Histórias como Ranma ½ que no inicio só haviam seis personagens e foi crescendo, crescendo... e quando percebeu-se havia tantos personagens que nem dava para acompanhar todos ( isso me faz lembrar por que eu não gosto muito de Friends que só tem poucos personagens que não acho interessantes e admito que o diferencial dessa série não são eles, mas com quem eles se relacionam e como sempre acontece, ninguém gosta de personagens principais que só fazem besteira e eu não sou exceção).

Sem contar que hoje em dia é inadmissível não sabermos nada do personagem que tenham amigos como a gente, que se identifiquem com a gente e o melhor que estejam perto da gente.

Enfim, se quisermos que uma história seja cativante devemos ter em mente que tipo de personagem queremos que nos represente e o melhor como e com quem ele se relaciona , só assim teremos diversão garantida com histórias que realmente nos prenda não pelo enredo apenas, mas também por todos os amigos, parentes e até inimigos que nossos heróis possam ter (se bem que há alguns que a gente quer que morra desde o inicio).

Quando for ler novamente uma HQ ou assistir um desenho ou filme lembre-se: há sempre uma surpresa naqueles personagens que nem notamos e ao invés de serem apenas figuração, eles são o “tempero” que falta para dar sabor a um enredo bem elaborado.

Há sim, profusão que dizer grande quantidade ,até mais.

quinta-feira, maio 19, 2005

O que é a verdadeira cultura oriental?

Todos os dias vemos uma infinidade de avanços do outro lado do mundo e do quanto a cultura oriental está influenciando o mundo atualmente.

Notamos que o dito “lado ocidental” do mundo está se rendendo cada vez mais aos japoneses, coreanos e chineses, sem contar indonésios, filipinos e até indianos (sim, os indianos ou hindus estão exatamente no começo do dito “mundo oriental”). Mas será que não há um exagero em achar que todas as respostas estão apenas em culturas milenares?

Será que no Brasil também não há uma cultura que também não possa ser apreciada pelo mundo? Afinal já são quinhentos e cinco anos...

Lógico que o oriente nos brindou maravilhosamente com artes, literatura, a matemática (os árabes inventaram o algarismo zero e os cálculos lógicos), mas ao mesmo tempo nos horroriza com um medievalismo horripilante com fanáticos religiosos, sistema de castas (como na Índia, em que uma pessoa que nasce numa casta, morre nela. O pior povo que existe entre estas castas, são os párias, que não considerados nem como seres humanos) e brigas internas tão arraigadas como times de futebol.

Isso não é uma crítica, pois eu também aprecio e respeito muito a cultura oriental, mas não devemos apenas ficar no “lado bom” da história pelo fato de muitos terem sofrido até a cultura do lado leste ser o que é hoje.

O Japão, de antes e depois

Quem conhece a história do Japão sabe que a era Meiji foi marcada pela abertura do Japão ao mundo e muitas guerras internas pela disputa de poder.

Mas a gente sabe por que havia tantas guerras conta os ocidentais nesse período?

Por um simples motivo, para manter o povo unido. Com o fim do xogunato, os samurais estavam sem emprego e viviam se desafiando para saber quem era o melhor na espada.Além do mais,as vilas estavam em pé de guerra para saber quem poderia ter mais poder no país e muitos líderes, disputavam, até com derramamento de sangue, seu domínio por outros povoados.

O imperador, vendo que tal atitude era um desperdício de tempo por tal potencial ser desperdiçado com brigas internas e com a crescente invasão estrangeira nos assuntos internos, tais guerreiros seriam de grande valia para expulsar aqueles que queriam dominar e não comercializar com o Japão.Sim, de início, os japoneses não queriam uma invasão estrangeira a uma nação que ficou milênios fora do resto do mundo e muitos historiadores ressaltam que tal atitude atrasou os avanços do país por várias gerações.Para tanto, ressalta-se que tal apego exacerbado a tradições sem olhar para outras culturas foi o que atrasou em muitos aspectos alguns povos, principalmente por estados teocráticos (governados por líderes religiosos, como o Irã, alguns países africanos que obedecem as leis islâmicas, alguns estados hindus e até o próprio vaticano, que é uma nação independente) ou com monarquias absolutistas, como eram alguns países no passado, como o Japão.

Os japoneses só perceberam que as tradições só podem ser mantidas com a união dos valores tradicionais e o melhor da cultura antiga casada com os avanços tecnológicos de ponta quando se viram na mais extrema pobreza devido á segunda guerra mundial. Para tanto, nesse período, tudo que fosse produzido no Japão era considerado de segunda linha e até inferior.

A virada aconteceu a partir dos anos sessenta no momento em que artistas de peso como Ossamu Tezuka demonstraram em produções animadas que o Japão poderia ser uma grande potência e superar tecnologicamente qualquer nação avançada. Menos de três décadas depois, vemos que o grande mestre não estava errado. A partir desse momento, os avanços no oriente surpreenderam o mundo e a partir daí se percebeu que o mundo como conhecemos não termina na extinta União soviética.

E pensando bem, será que não está na hora de deixarmos de ser um “país de futuro” para um “país com futuro”, pois se os japoneses se recuperaram em menos de cinqüenta anos, por que nós, que nunca tivemos guerras internas não podemos fazer igual ou melhor?

E lembremos que com os líderes que temos, que preferem andar de jatinho e nos tratar como idiotas, lembre-se quem pode mudar uma nação é seu povo, não os seus governantes.

E somente assim seremos um país realmente sério e respeitado.

sábado, maio 07, 2005

Que tipo de televisão está se fazendo para a população?

Hoje em dia temos exemplos claros que a cultura está passando por uma fase ruim em todos os aspectos, com a repetição de fórmulas prontas e falta de imaginação.

Há por toda a parte remakes de mais remakes de programas, séries e até novelas antigas o que nos leva a concluir que mesmo que possa por um lado ser benéfico conhecermos o passado e reverenciar quem fez tal produto de sucesso por outro lado a cultura está “engessada” por tal atitude e por isso que vemos cada vez mais fenômenos como novelas mal escritas se repetir.

Lógico que temos exemplos como a rede 21 que ao invés de trazer remakes, traz logo as séries antigas para dessa maneira fazer um verdadeiro comparativo do tipo de televisão que as pessoas estão realmente querendo assistir e não um show de bizarrices ou até baixarias que nossos programadores querem nos impor.

E falando em baixarias, a nata do cinema nacional, na década de 80, estava indo por esse caminho por explorar a sensualidade e sexualidade exacerbada, o que era ótimo para os telespectadores, mas nos limitava incrivelmente, pois tudo que era associado ao cinema nacional era já vinha com uma frase pronta: “Se é filme brasileiro, só tem sacanagem”.

Tivemos grandes obras, mas por esse fato inusitado, o cinema nacional acabou sendo estigmatizado negativamente por produções que mesmo sendo divertidas, minaram a arte, eram as ditas pornochanchadas.

Hoje em dia, não é muito diferente, com programas que exploram a violência exacerbada e a exaltação do crime, com traficantes e bandidos aparecendo na TV como se fossem celebridades,sem contar os reality shows sem conteúdo (com raras exceções) será que é isso que o público quer?

Será que uma mentalidade vigente que diz que as camadas mais simples da população quer ver apenas desgraças e mais desgraças? Será que não querem ver algo mais sofisticado e sem tantas apelações e o melhor a quem interessa tal programação?

Pelo que se vê por aí, não é interessante ter cultura, pois assim se teria um povo mais critico e ciente de seus direitos, mas pelo que se vê, não é esse o conceito adotado hoje em dia.

Os veículos de comunicação parecem (ou não percebem) que têm um poder de massa incrível, pois onde mais uma novela ficaria exaltando a imigração ilegal de uma forma que parece tão fácil vencer no exterior e logo em seguida temos centena de brasileiros presos na fronteira?

Sem contar os programas policialescos que invadem a tela e que ao invés de informar trazem cada vez insegurança. Lógico que há exemplos de televisão de qualidade por aí afora e mesmo no Brasil, temos sim uma boa cultura que pode ser aproveitada pela população, mas que é discriminada pelas ditas “elites intelectuais” que parecem mais gostar de miséria do que de elevar a auto-estima e a cultura do povo e além do mais, revoluções não deram certo nem em Cuba, imaginem por aqui...

Está certo que só criticar não leva a nada, mas se estivermos abertos a aprender a fazer um caminho mais calcado na cultura e não sermos vulgares no trato com nosso próprio povo , aí sim seremos um país mais sério.

Ricardo Bomfim recomenda um passeio nos canais UHF como Rede 21 (que apesar de ter sinal mais em São Paulo merece uma olhada pelas séries e desenhos que estão exibindo) e o canal quase desconhecido 48 (rede NGT com grande destaque á cultura).