terça-feira, abril 12, 2005

Como se constrói um fã e se destrói um ídolo

Critica-se á toda hora as atitudes de quem faz tudo pelo seu ídolo ou qualquer outra coisa, seja música, quadrinhos, novela e até desenhos animados. Quem nunca se sentiu discriminado por gostar de algo e ser chamado de ultrapassado e até imaturo? Esse tipo de comportamento só demonstra a total falta de conhecimento sobre a pessoa e seus gostos e ressalta-se algo de importante aqui: ser fã não significa ser alienado.

Muito pelo contrário, todo fã que se preza (não estamos falando dos idólatras doentes que além de serem uma minoria, não refletem o pensamento geral sobre o comportamento daqueles que apenas querem se divertir) tem vida social, amigos, se informam, discute e debate sobre o que acontece no mundo e ao seu redor.

Pode parecer estranho dizer que pessoas que se vestem como motoqueiros e até de personagens de desenhos animados e que parecem anormais para a maioria das pessoas somente estão expondo um lado saudável de suas vidas, marcadas por trabalhos estressantes, rotinas estafantes e extremo nervosismo estão fazendo apenas isso, se divertindo. Quem nunca pulou carnaval ou foi a uma festa á fantasia? É isso que estão colocando á tona, seu lado mais brincalhão e saudável (lembrando que não devemos generalizar, pois grupos de motorclubes e associações dedicadas a um assunto ou série não são apenas pessoas fantasiadas e que se divertem e sim pessoas sérias que tem um estilo de vida e até trabalham com o que gostam) nos grupos ou lugares aos quais não se sentirá recriminado por gostar de determinada coisa.

Por outro lado, lembremos que os ídolos apresentados ao público devem ter em mente que se tal pessoa que gosta do seu trabalho e até se dedica a entender sobre sua obra deve ser a primeira a ser lembrada quando o sucesso chega, pois pessoas não são apenas números, mas também aqueles que sustentam sua fama. O que ocorre hoje em dia é o culto á celebridades instantâneas e sem profundidade. Será que realmente vale a pena gostar de alguém que trata o público como súdito e vive pensando que sua fama é um reino ditatorial? Sem esquecer que tudo pode ruir a qualquer momento levando ao maior temor dessa espécie de ídolo, o esquecimento.

Tanto o fã quanto o ídolo devem ter a noção exata entre o respeito ás pessoas e sua individualidade, lembrando que são apenas seres humanos que apreciam um bom trabalho e que também tem relacionamentos trabalham e vivem como qualquer outra pessoa. Não há nenhuma diferença entre eles, somente dinheiro e disponibilidade em ter ou perseguir a fama.

Com as produções e pequenos eventos (sobre qualquer coisa além de mangá ou anime, pode até ser uma exposição de teatro amador ou até um evento de agropecuária) ou até feiras esse quadro de idolatria se alastra cada vez mais. A diferença é que os lugares onde se cultuam pessoas são pequenos núcleos que formam microuniversos que são ignorados pelo grande público, exemplos como bandas daqui mesmo que tocam em lugares dos quais jamais se ouvir falar até de cantores ou desenhistas de fora que são ignorados pelas massas (lembremos que quem cultua essas pessoas já estão na casa dos trinta anos e a nova geração sequer ouviu falar de tais indivíduos). Muitos perguntarão qual o lugar onde impera “o rei na barriga”, não há uma resposta consistente a se dar, pois não há apenas um lugar, mas vários.

Observando mais a fundo, percebemos como um pequeno sucesso já faz um tremendo estrago numa pessoa a tal ponto de fazer exigências pífias e sem sentido. Infelizmente esse é o quadro atual com pessoas adorando a inconsistência sem conteúdo, a apologia ao crime e a desagregação familiar. Careta para uns, mas alarmante para outros (principalmente quando tais pessoas cresceram sequer sem saber o que é certo ou errado).

Do lado do fã notamos uma tendência de se vestir de maneira rebelde para chamar a atenção.Não que a roupa em si seja o problema, o que falta hoje em dia é atitude nas pessoas para ter personalidade e opinião sem ter que consultar os outros. Egoísmo? Por incrível que pareça isso se chama individualidade (personalidade própria) e não individualismo (ser extremamente egoísta). Gostar de algo ou trabalhar para que algo dê certo é louvável, portanto seja o que você faça, faça com dedicação sem pensar que muitos o adorarão, isso é apenas o resultado e não a causa de seu trabalho.

Para todos aqueles que pensam que fama se constrói com escândalos, egocentrismo, arrogância ou estupidez vai um alerta: um trabalho bem feito dura para sempre, mas um trabalho meia-boca desaparece tão rápido quando surgiu e leva seu autor ou mais profundo esquecimento. Para os fãs ou pessoas dedicadas a um ídolo lembrem-se que eles também erram e se eles o tratarem mal, lembre-o que somente alcançou posição de destaque por sua causa e nunca, mas nunca mesmo deixe de tocar sua vida por causa de alguém.

Ricardo Bomfim é roteirista. Para todos que querem ouvir boa música ou filmes, séries ou desenhos animados procure não ter preconceito e apure seu gosto com diversidade e certamente algo lhe agradará em cheio.

2 comentários:

Anônimo disse...

No se, llamadme pervertido si quereis, pero ESTE es el mejor video que he visto...

Anônimo disse...

No se, llamadme pervertido si quereis, pero ESTE es el mejor video que he visto...