Sempre fui um ser humano curioso.
Comecei a andar na rua quando tinha meus doze anos de idade e não parei até hoje de ter esse hábito.Caminhando a gente conhece coisas novas e situações idem em nossas vidas e foi sendo esse ser curioso por natureza que conheci as artes e um bairro que me parecia peculiar por sua história, a Liberdade.
Bairro conhecido em São Paulo por abrigar a nata dos abolicionistas do séc. XIX hoje em dia é o reduto de cultura japonesa como não se vê há tempos. Anteriormente fechado em suas tradições há mais de vinte anos atrás começou a perceber o potencial dos visitantes que lá apareciam (lógico que me refiro ao período em que não havia nem metrô por ali) e aos poucos aqueles “japoneses” começaram a aceitar mais a entrada dos ditos “gaijins” em suas ruas. Ora, não somos uma Chinatown em que não-ocidentais não são aceitos nem por decreto, estamos em um país maravilhoso chamado Brasil que nos mostra que todos os povos podem conviver pacificamente e sem rixas.
Confesso que quando comecei a freqüentar mais assiduamente a Liberdade era visto mais como um invasor do que como um amigo, pois todo santo final de semana a minha turma ficava sentada nos entornos no metrô da Liberdade para apenas fazer algo trivial nesses tempos de orkut e MSN : conversar. Sim, conversar sobre vários assuntos relacionados á cultura pop e quadrinhos, quando não sobre alguma série que era fã, e eu empurrava Ranma ½ pra galera. E a cada ia crescendo nossa turma que atormentava os moradores locais com nosso recém adquirido point de encontro. Lógico que houve pessoas que queriam nos expulsar de lá, mas percebendo que não éramos invasores, mas um grupo de fãs que se reunia pra conversar, fomos deixados em paz.
E quem queria um mangá tinha que ser em japonês e através de nossa cara de pau e enchendo o saco de alguma editoras, conseguimos trazer títulos traduzidos com vários temas, muitos se firmaram como editores, desenhistas e até cosplayers. Ou seja, sem querer criamos uma tribo nova no Brasil, os otakus (não ego que faço parte disso) e rompemos a barreira dos que diziam que não conseguiríamos trazer nada de fora relacionado a mangá ou animê (tudo bem que esperei mais de doze anos pra ver o anime que gosto...).
E com isso tenho certeza que Liberdade pra mim é muito mais do que um bairro ou uma palavra, é a minha contribuição para uma arte que muitos achavam distante e provamos que é possível se libertar do convencional e ser algo que falta hoje em dia: nós mesmos.
2 comentários:
No se, llamadme pervertido si quereis, pero ESTE es el mejor video que he visto...
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